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Criadores de churra galega querem passar legado aos jovens

08 Maio 2015

04-05-2015| ONDA LIVRE

Os produtores de ovelhas de raça churra galega mirandesa reclamam mais apoios para incentivar os jovens a apostar nesta actividade. Quem dedicou uma vida à criação e comercialização destes animais gostaria que os mais novos mantivessem esta tradição. Por isso, os agricultores defendem que os fundos comunitários deveriam ter em conta a necessidade de rejuvenescer o sector.

“As pessoas que podem fazer a candidatura por mão própria podiam dar alguma coisa. Eu tenho de pagar empregados e despesas dos tratores.”

“A arte compensatória podia ser um pouco maior, pois enquanto um animal produz uma cria de maior porte, nesta raça ela demora mais um pouco.”

“Se aumentassem mais um pouco, a juventude podiam fazer um projeto desta raça pois seria um bom incentivo para eles e interessava-nos deixar-lhes esta herança.”

A Associação de Criadores de Ovinos de Raça Churra Galega Mirandesa está a trabalhar no apuramentos da raça para aumentar o efectivo. O presidente da associação, Tiago da Gama confessa que com o novo quadro comunitário à porta a preocupação é incentivar a passagem da produção para as gerações mais novas para aproveitarem os apoios disponíveis.

“O próximo quadro são cinco anos de compromisso e nós estamos a apelar para ver se as pessoas passam para os filhos, netos ou outras pessoas que ponham gente já inserida também para que haja continuidade.

O prémio por ter animal da raça foi aumentado. Este ano ganham as pessoas que tiverem animais da raça, recebendo prémio por ovelha e por ser raça autóctone Mirandesa recebem mais dinheiro por animal do que recebiam nos anos anteriores. Nas medidas compensatórias, em princípio, irá haver mais compensação.”

Contribuir para o aumento do lucro dos produtores é um dos objectivos do Município de Miranda do Douro com a criação do Mercado de Gado de Malhadas, onde este sábado decorreu o vigésimo concurso de ovinos de Raça Churra Galega Mirandesa.

O presidente da autarquia, Artur Nunes, não tem dúvidas que este mercado vai contribuir para o aumento do preço dos animais.

“Os preços deveriam aumentar e estabilizar para que fosse possível haver uma referência nesse sentido.

Em Portugal, infelizmente, não temos uma bolsa de preços de mercadoria, nomeadamente para a carne e para os ovinos.

A bolsa de referência é em Espanha, e por isso, os espanhóis vêm aqui comprar ao preço do país deles. Acho que não é justo estarmos no mercado Português e os espanhóis virem aqui comprar muito mais barato do que compram em Espanha.

Deveríamos ter um preço tabelado para que os nossos agricultores saibam a qualidade que têm, o preço a que o seu produto deve ser vendido, para que haja, assim, uma valorização do mesmo pela qualidade e pelo preço.”

No solar da raça churra galega mirandesa, que abrange os concelhos de Miranda do Douro, Vimioso e Mogadouro, o efectivo ronda as seis mil fêmeas. O objectivo da Associação que representa esta raça é aumentar o efectivo em cerca de 30 por cento nos próximos cinco anos.