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Artesanato

O tempo não parou nesta terra que guarda em si sinais do passado, mas que também se reconstrói aos olhos do presente. Quem visita o concelho de Miranda pode admirar-se com as obras arquitetónicas que os nossos antepassados, esses grandes homens de saber e arte, nos deixaram.

Contudo, não deixaram apenas edifícios de uma arquitetura admirável, deixaram também pela sua inteligência, génio e vontade de trabalhar obras lindíssimas gravadas na pedra, na madeira, no ferro, na lã, no linho e couro e até na prata e no ouro. Foram estes que, lutando com os materiais de toda a espécie deixaram obra útil, construíram cultura e admiração que o tempo não corrompeu. O artesanato assume-se assim, como a presença viva da herança cultural que é a matriz da nossa personalidade e identidade diferente da de outros povos e culturas é uma arte de saber fazer. Felizmente, há ainda no concelho de Miranda gente que conserva e produz muita dessa arte.
  • Trajes Regionais

    A confeção do traje regional que é elaborado em saragoça, buréis e linho, onde se destaca a capa de Honras, os coletes, o traje da mulher Mirandesa e o traje de Pauliteiros.

    O Clima desta região é áspero, onde se tocam os extremos do frio e do calor. Por isso, a gente desta terra teve a necessidade de criar a sua maneira de vestir para se defender no trabalho do campo. Criaram trajes de certa maneira austeros, simples, belos, artesanais e domésticos, feitos à base dos recursos locais como o linho e a lã.
    A “CAPA DE HONRAS” é uma das peças de artesanato mais ilustres do planalto Mirandês, que tinha como finalidade proteger os “boieiros” (guardadores de vacas) e pastores de todas as intempéries nos meses mais rígidos, nomeadamente no Inverno.
    Nos dias de hoje, é indispensável a sua utilização em qualquer tipo de cerimónias, sejam de que índole for.

    É uma peça com grande valor etnográfico e que requer um trabalho minucioso por parte do artesão devido à sua grande complexidade e é feita de lã, fiada, urdida, tecida e pisoada.

    O nome “HONRA” não provém unicamente do seu uso por pessoas mais ricas e nobres, mas sim por ser muito trabalhada.
  • Colchas, tapetes e rendas

    A confeção de colchas, tapetes, carpetes, alforges são feitos com lã de ovelha ou com linho. A utilização de fibras de origem animal é antiga, esta matéria-prima provem dos rebanhos ovinos, que existem nesta região, perde-se no passar dos tempos os saberes de trabalhar a lã, pois em tempos era impensável que uma mulher não soubesse cardar, fiar, tecer e utilizar nas suas várias formas a lã.

    Com a lã fazem-se meias, tapetes, mantas, ou nas suas formas mais elaboradas como lindíssimas colchas cobertas tecidas, que geralmente são espessas e pesadas.

    Muitas centenas de teares já emudeceram, calando o bater ritmado do pente, a apertar as texturas. Os trabalhos elaborados no tear são autênticas obras de artes, primadas pela criatividade e o Saber Fazer.
  • Gaita-de-foles

    A gaita-de-foles, a clássica pastoril ou gaita galega são feitas tradicionalmente e manualmente por artesãos, que desde sempre se preocuparam em conservar as tradições usando este magnífico instrumento musical.

    É um trabalho muito minucioso e que demora bastante tempo, pois a sua matéria-prima é à base de pelos de animais, (como o carneiro) madeira e palheta.

    A gaita-de-foles consiste num odre de pele de chibo, para armazenar o ar, uma dupla palheta fixa que vibra e produz o som agudo à passagem do ar e o chamado ronção, em tubo comprido de vários segmentos.
  • Trabalhos em madeira

    Os trabalhos são feitos por artesãos da zona, que fazem arados, rocas, carros de bois em ponto pequeno e outros objetos tradicionais.
  • Ferro forjado

    Há ainda no concelho de Miranda do Douro verdadeiros mestres do ferro que trabalham com perfeição e ainda à maneira latina e medieval.

    Os artesãos sempre foram hábeis a trabalhar a forja, eles dominam com toda a perícia as técnicas para trabalhar o ferro e de fazerem objetos de uma beleza, criatividade, de uma profunda sensibilidade que faz esquecer a rudeza da matéria-prima utilizada, tal é a leveza e graciosidade dos artefactos que produzem.
  • Cestaria

    No campo da cestaria ainda prevalecem artesãos e artesãs em muitas povoações de toda a terra de Miranda que trabalham o vime e a verga com arte.

    O vime é um material fácil de trabalhar, por ser bastante maleável, oferecendo a possibilidade de o cesteiro manifestar toda a sua criatividade e habilidade manual na sua criação de produtos resistentes.

    Pode-se trabalhar em vime com casca e sem casca, contrastando a cor acastanhada escura, com a cor mel do vime tratado, ficando uma combinação diferente.
  • Cobre, zinco e cutelaria

    Hoje em dia as facas são feitas com a ajuda de máquinas, para as fazer usa-se a madeira, como matéria-prima, levam também aço, dentes de javali e cornos de veado. Há artesãos que, além das facas produzem espadas, punhais e lanças. Estes conservam uma arte que faz uma das maiores honras e glória da terra de Miranda.

    No concelho existe mesmo uma indústria dedicada à cutelaria, na aldeia mais industrializada do país, Palaçoulo.
Lista de Artesãos do Concelho de Miranda do Douro